QUER COLABORAR ESCREVENDO PARA ESTE BLOG?

SE VOCÊ DESEJA COLABORAR ESCREVENDO NESTE BLOG, ENVIE UM E-MAIL PARA faunaefloratropical@gmail.com QUE LOGO FAREMOS SUA INCLUSÃO COMO COLABORADOR.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

PRESERVAR PARA EVOLUIR (A Natureza não dá saltos...)

Preservação ambiental, da natureza, dos animais, da água e por aí seguem todas as idéias possíveis sobre o tema.
É preciso lançar uma nova preocupação prática que leve o homem a repensar todas essas possibilidades de preservação considerando-as uma só, ou seja, a elevação da espécie humana.
A Centelha Divina, que ilumina e dá vida ao homem é proveniente da FORÇA REGENTE DO UNIVERSO.
Existe uma grande energia que no passado muitos homens atribuíram uma centena de nomes e títulos que variavam de acordo com a região, época de utilização, religião e interesses diversos.
Em nome dessa FORÇA, criaram deuses, conduziram povos, ergueram civilizações e formataram mentes. Homens imbuíram-se de poderes, construíram máquinas e também fizeram guerras.
Agora imaginemos uma nova situação: ao enchermos um balão de ar, primeiro inspiramos, retirando do ambiente o ar que necessitamos para enchê-lo ou dar-lhe vida. O que é esse ambiente de onde retiramos esse ar? É o TODO. A massa de ar que nos rodeia é por isso o único bem que todos os povos compartilham e que podem utilizar em sua plenitude. Assim, estamos apenas aprisionando-a em um corpo por tempo limitado. Logo, ao expirarmos dentro desse balão, criamos uma forma que por determinado tempo irá bailar ao sabor do vento e das circunstâncias.
Ao cumprir seu ciclo, ou pela interrupção abrupta, está claro que este ar que dava vida ao balão retornará imediatamente ao ambiente de onde foi retirado, até que nova inspiração o faça voltar a sua função, quer seja dar vida a um novo balão, força a uma máquina ou estabilidade a um pneu.
De forma semelhante, transportemos isso para o Sopro Divino da Criação e então podemos imaginar que tudo que existe nos reinos vegetal, animal e humano, contém esse Sopro ou Centelha Divina, inoculado quando da sua concepção.
Mudando o nome podemos dizer que essa Centelha, parte da FORÇA, é que nos dá a vida em todas as formas possíveis e imagináveis. Desde as concebidas em suas formas mais primitivas até aquela mais avançada que conhecemos: o homem.
Assim quando cumprido seu ciclo ou interrompido de maneira abrupta, retornará da mesma forma à FORÇA de onde saiu, aguardando novos desígnios.
Por isso no início todas as forças e a vida habitadas por essas Centelhas eram brutas, selvagens e agiam por instinto (corpos primários), contudo milhões de anos se passaram até que pela evolução desta FORÇA, surgissem às primeiras Centelhas capazes de se locomover, buscar alimento, novos espaços, e assim manter a energia em condições mais favoráveis na conquista de seu caminho evolutivo.
Outros milhões de anos foram necessários para através da evolução, constituir uma nova espécie, agora aquela pré-consciente, repleta ainda do instinto necessário de preservação, mas capaz o suficiente para locomover, buscar alimentos e produzi-los mais uma vez de modo a tornar possível o caminho evolutivo, seja através do estudo ou da experimentação e assim adquirir conhecimento em todas as áreas técnicas ou filosóficas acelerando mais uma vez o processo. Essa é a forma da purificação da Centelha Divina, parte indivisível da FORÇA. Note-se então a evolução constante e ininterrupta da Centelha Divina. É então na purificação do individuo, que evolui a humanidade, purificando a FORÇA.
Dito isso se pode imaginar agora que as interrupções promovidas nos ciclos de vida, estão sendo feitas de forma rápida demais, formando um vai-e-vem desta energia indiscriminada, diminuindo cada vez mais os espaços nos corpos primários e tornando-os altamente prejudicial ao tempo de evoluir.
Por isso é na precipitação que peca o homem, forçando uma situação, transformando aquilo que levaria outros milhões de anos para ser conquistado, em caos, pela velocidade desenfreada que não prejudica o progresso tecnológico sempre em busca do conforto e do bem estar, mas que de fato transforma em seres despreparados aquelas Centelhas Divinas que chegam sem nenhum desenvolvimento.
Forças que levariam anos e anos para subir degraus evolutivos convivem entre aquelas ainda poucas que cumpriram seus estágios de forma natural.
A falta de espaço e de corpos inferiores (vegetais, animais) destruídos por aqueles a quem foi dado o direito de atingir o estágio maior e a continuar e regrar o caminho evolutivo acabam provocando uma desordenada e precipitada utilização da força inspirada provocando assim este mal e condenando a humanidade a um atraso milenar no objetivo de purificar a FORÇA REGENTE.
Assim encontraremos justificativas para os males do homem em todos os níveis, tendo em vista que seus princípios puramente instintivos ainda predominam sobre a Razão e intelecto do ser, salvando-se uns poucos que cumprem ainda seu papel na evolução.
É necessário retardar este ciclo de idas e vindas, que num primeiro momento parece retardar a evolução, mas que na prática se mostrará infinitamente melhor no seu objetivo: o aprimoramento total do ser humano como individuo ou no somatório dos seres, da FORÇA. Obrigando-os a cumprir cada etapa correta do caminho evolutivo.
Assim como o ar em sua parte no TODO é carregado de pureza e/ou de poluição, quando inoculada ao balão, podemos prever que a centelha da FORÇA, também conterá essa mistura do conhecimento e do instinto, prevalecendo com certeza aquela de maior quantidade.
Retardando o máximo possível as idas e vindas à FORÇA, estaremos fornecendo a Centelha à oportunidade de purificando-se, trazer ao mundo um ser cada vez melhor ou mais consciente.
É pela conservação da Natureza, de todo o eco-sistema, da flora e da fauna, fazendo-os morada da Centelha Divina, fornecendo-lhe oportunidade de conquistar seus espaços e evoluir dentro dele para obtenção de novos patamares que estarão contribuindo para um Mundo melhor se considerarmos o presente e um Mundo infinitamente superior se considerarmos o futuro.
Por isso, quando houver a preocupação do homem consciente, na construção de uma sociedade sadia, justa e comunitária, fornecendo ao TEMPO os métodos necessários à restauração dos processos naturais, cujas leis serão sempre fieis ao equilíbrio imposto pela Natureza. Teremos então a eliminação a seu tempo dos instintos e sua substituição pelo Conhecimento, regulamentando a evolução.
O Paraíso terrestre precisa e deverá ser conquistado. Em quanto tempo? Depende tão somente do nosso esforço, do que estamos dispostos a fazer e a conquistar, caminhando com passos cautelosos, porém firmes em busca da evolução de cada ser que pela soma alcançará o coletivo, ou seja a FORÇA.
Dessa forma, é necessário que as forças instintivas permaneçam habitando os seres primários (vegetais e animais), apenas o tempo necessário à evolução e que seja a medida certa para que o instinto proteja cada fase e seja o suficiente para manter a vida, deixando-os paulatinamente enquanto floresce a Razão, afim de não criar obstáculos a evolução do ser individual. Que a consciência seja controlada pelo Conhecimento e não pelo instinto.
O que ontem tínhamos como Fé e que hoje chamamos de Conhecimento, precisa aprender a se chamar Regra de Vida, eliminando ao máximo as forças instintivas neste ser completo que procuramos construir.
Portanto, nossa essência evolutiva é que precisa ser modificada, a FORÇA é quem soma conhecimento, a prática é quem forma regras e o amadurecimento ou incorporação destas é que conquistará o Paraíso.

HELIO DE AZAMBUJA RODRIGUES

terça-feira, 14 de julho de 2009

Óleo sobre tela: natureza morta



Óleo sobre tela: natureza morta
Maria Quitéria

A tela é um rio. A tela é o mar. Óleo sobre a paisagem. Óleo descartado. Óleo. Olhe.

Houve um tempo em que eu brincava de ver imagens nas nuvens mas hoje elas estão tão escuras... Agora vejo imagens nas águas do ribeirinho que margeia a estrada da vida. Há pequenas formações: são bolhinhas e bolhinhas que se juntam. Formam bichinhos desfocados, pequeninas pétalas de flores, um ramo... As nuvens de algodão agora estão nas águas; são flocos e flocos de espuma. Às vezes tento pegá-las e elas já se transformam em outras coisas. São viscosas, de cheiro ruim.

Houve um tempo em que eu brincava de cientista; misturava água e sabão e fazia bolhas no ar com um raminho de mamona. As bolhas eram coloridas e, dentro delas, eu podia ver, ou imaginar que estava vendo entre suas cores, formações rochosas, uma aurora boreal.

Houve um tempo em que eu era tão pequenina, que olhava o mundo como se fosse um dinossauro: era grande, poderoso. Hoje eu sou maior, mas o mundo continua se parecendo com um grande e imenso fóssil alquebrado. Ele ainda tem a arcada óssea imensa mas está para partir. Tenho medo.

Houve um tempo em que eu cria que o mundo iria durar para sempre. Que eu iria durar para sempre. Cresci e plantei sementes. Semeei a terra da minha vida com estudos, trabalho e vi crescer uma flor muito bela que também daria sementes, perpetuando a minha própria eternidade, mas... Se o óleo sobre a terra continuar, a semente que plantei e virou flor talvez não queira semear essa mesma terra e fincar nela a sua eternidade, pondo em risco a minha própria. Se essa mancha no oceano continuar formando desenhos imensos, o meu ribeirinho poderá ficar doente e morrer. Se os flocos brancos continuarem crescendo nas águas que margeiam a vida, serei tragada por elas e a tela da natureza irá perecer e, com ela, perecerei eu.

Hoje segurei a mão que iria jogar óleo na tela pulsante e coloquei um copo de água límpida sobre a mesa. Acendi uma vela para o anjo. Já posso ver, no copo, o azul do céu e as nuvens passando. Já posso ver pequenas formações. Amanhã quero ir ao ribeirinho e olhar suas águas. Quero ver ali apenas o reflexo do céu e do verde das suas marginais; como a derradeira imagem de esperança de uma natureza viva.